TÉCNICA DE REDAÇÃO – PERÍODO SIMPLES


O período contém um pensamento completo que, embora se relacionando com os anteriores ou se ampliando nos posteriores, forma um sentido completo.

  • Era uma borboleta. Passou roçando em meus cabelos, e no primeiro instante pensei que fosse uma bruxa ou outro qualquer desses insetos que fazem vida urbana; mas, como olhasse, vi que era uma borboleta amarela.

(Rubem Braga)

Temos aqui um parágrafo, com dois períodos. O primeiro período tem apenas uma idéia. O segundo tem várias, mas forma um todo. No total, o primeiro e o segundo período formam um bloco homogêneo, o parágrafo.

O período pode ser simples (como, no nosso exemplo, a frase: "Era uma borboleta") ou composto (como a frase: "Passou roçando (...) borboleta amarela"). No período simples temos apenas uma oração, no período composto temos várias orações articuladas entre si.

A predominância de períodos longos ou curtos na composição de um texto depende muito do estilo de quem escreve. Na linguagem moderna predomina o uso de períodos curtos.

· Depois, as coisas mudaram. Há duas explicações para isso. Primeira, que nos tornamos homens, isto é, bichos de menor sensibilidade. Segunda, o governo, que mexeu demais na pauta dos feriados, tirando-lhes o caráter de balizas imutáveis e amenas na estrada do ano... Multiplicaram-se os feriados enrustidos, ou dispensas de ponto e de aula, e perdemos, afinal, o espírito dos feriados.

(Carlos Drummond de Andrade)

Nesse parágrafo de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileiro contemporâneo, os períodos curtos predominam. Em escritores do Romantismo, os períodos longos eram freqüentes e abundantes, como, por exemplo, neste trecho de José de Alencar:

· Felizmente todo o deserto tem seus oásis, nos quais a natureza, por um faceiro capricho, parece esmerar-se em criar um pequeno berço de flores e de verdura, concentrando nesses cantinhos de terra toda a força de seiva necessária para fecundar as vastas planícies.

O uso de períodos curtos oferece a vantagem de maior clareza de pensamento (e, em última análise, de comunicação), evitando-se o perigoso entrelaçamento de frases em que se pode perder quem utiliza períodos muito longos.


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