Quando, na associação de significado, o elo entre dois elementos aparece claramente, temos uma comparação.
Na linguagem corrente:
claro como dia
voz vibrante como um cristal.
Na língua literária:
Nacos de terra caída
vão fixar residência mais adiante
numa geografia em construção.
(Aqui a palavra como está omitida mas subentendida, tratando-se de uma comparação.)
Na linguagem corrente muitas vezes empregamos comparações e metáforas que já estão familiarizadas, isto é, são usadas há tanto tempo que já fazem parte da língua e nem as percebemos como figuras:
pé da mesa
barriga da perna
peito do pé.
Há casos em que as comparações e metáforas, já muito gastas, em vez de enriquecer a expressão lingüística, ao contrário, a banalizam, como no caso de frases que, de tão repetidas na língua literária, tornaram-se um lugar-comum: "o véu diáfano da fantasia", "o manto negro da noite", "campos verdejantes". Ou o caso de frases como: "era uma aluna santa", "morreu como um passarinho", "esta mulher é uma víbora", "forte como um touro".
Este segundo tipo de linguagem, que, se empregado repetidamente, pode revelar pobreza de recursos expressivos, dependendo do contexto e da habilidade do escritor, pode até servir como pitoresco registro de expressões incorporadas à linguagem do povo.
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