É parte do bom estilo que os sons dos vocábulos que compõem a frase sejam harmoniosos. A eufonia, isto é, a boa sonoridade das frases, é o princípio que deve orientar a composição.
Para isto, um grande auxiliar é a sensibilidade, o ouvido, que nos fazem evitar as sonoridades desagradáveis, pelo som ou pelo sentido. Neste sentido, deve-se evitar a cacofonia, isto é, o encontro de vocábulos que formam um som desagradável ou um sentido não desejado.
O drama duma alma.
(Há muitas repetições do som /d/ bem como do /m/, além de duma concluir com /a/ e alma se iniciar por /a/.)
Já a aliteração é o efeito sonoro de repetição de um som que em determinado contexto (sobretudo na linguagem poética) poderá ser valioso recurso expressivo:
Silêncios imensos se respondem...
(Raul Bopp)
em que a repetição dos sons surdos -s- e nasais -en- favorece a associação com as idéias de silêncio e mistério sugeridas pelo verso.
Num contexto de linguagem corrente, esta repetição de sons pode ter um efeito contrário, desagradável, prejudicando a eufonia da frase. Como, por exemplo, quando ocorre eco. Este é a repetição de sons finais de palavras que ecoam desagradavelmente.
Cirino saiu então caminhando com lentidão...
(A.E. Taunay)
ou:
Então, por sugestão do Diretor, chegou-se a uma solução.
Postar um comentário